25 de Novembro 2019

Havana: 500 anos de história através de suas principais atrações turísticas

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Cuba, uma ilha no Caribe, tornou-se, há algumas décadas, centro de uma polêmica político-ideológica, cuja chama foi revigorada pelo espírito de conflito, intolerância e sectarismo dos dias atuais. Hoje, basta mencionarmos seu nome em um encontro social para que a atmosfera se encha imediatamente de inquietação e ansiedade.

Isso porque, em 2 de dezembro de 1956, um grupo de revolucionários liderados por Fidel Castro, disposto a derrubar a ditadura de Fulgencio Batista, subiu a bordo do iate Granma, desembarcou uma semana depois na província de Niquero e deu início a um movimento guerrilheiro que, contra todas as probabilidades, em 1959, tomou o poder no país.

Sessenta anos depois, já enfraquecidas as ambições marxistas de outrora, Cuba segue sendo, no entanto, um país sem igual. Consequentemente, além de amor e ódio, desperta também muita curiosidade, especialmente em nós viajantes, ansiosos para conhecer um dos poucos países do mundo ainda governado por um regime comunista.

Havana, uma cidade cheia de história.

Habana Vieja

Quando pensamos em Cuba, é impossível não nos lembrarmos de Havana, sua capital, uma cidade marcada não apenas por esse importante evento histórico, a Revolução Cubana, principal razão pela qual é visitada todos os anos por milhões de turistas internacionais, mas por seus mais de 500 anos de história!

Uma trajetória, portanto, que teve início em 1519, quando, devido à sua localização estratégica, foi fundada por conquistadores espanhóis para servir de base a suas conquistas no continente americano. Com o passar do tempo, no entanto, Havana tornou-se mais do que um simples ponto de descanso. A cidade converteu-se, de fato, em um dos mais importantes portos comerciais do Novo Mundo, visto que era o único a possuir instalações para a construção e a reforma de navios.

Habana Vieja.

Catedral de la Habana.

Vestígios da época em que Havana era colônia espanhola podem ser apreciados no seu centro histórico, conhecido atualmente como Habana Vieja. Dentre as principais atrações dessa parte da cidade, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, encontra-se a Plaza de Armas, a mais antiga praça do país, a Catedral de la Habana, onde um dia descansaram os restos mortais de Cristóvão Colombo, e o Palacio de los Capitanes Generales, que desde 1968 funciona como o Museo de la Ciudad.

Toda essa riqueza e importância, no entanto, acabou atraindo os olhares de piratas e corsários. De fato, a cidade sofreu inúmeros ataques durante o período colonial. Em 1555, por exemplo, foi invadida e incendiada pelo corsário francês Jacques de Sores. Dois séculos depois, durante a Guerra dos Sete Anos, foi capturada pelos ingleses, que só a devolveram à Espanha mediante grande recompensa. Esses acontecimentos, junto com outros de menor importância, fizeram com que fosse construído um impressionante sistema de defesa militar.

Esse complexo conjunto de fortificações são hoje atrações turísticas, também declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Destacam-se o Castillo de la Real Fuerza, o mais antigo forte de pedra da América Latina, erguido logo após o ataque de Jacques de Sores, a Fortaleza de San Carlos de la Cabaña, uma das maiores fortalezas coloniais do continente americano, construída depois do ataque inglês, o Castillo de San Salvador de Punta e o Castillo de Três Reyes del Morro.

A influência norte-americana.

Capitolio Nacional.

A partir da metade do século XIX, com o desenvolvimento da indústria açucareira, do sistema ferroviário e da indústria do tabaco, promovido pelos investimentos norte-americanos, Cuba passa por um período de notável progresso econômico, cujos vestígios ainda hoje são encontrados em Havana. O Capitolio Nacional, por exemplo, o mais grandioso edifício da cidade, construído a um custo de 17 milhões de dólares para servir de sede ao congresso nacional cubano, data dessa época.

Além de prédios oficiais, foram erguidos também hotéis de luxo, cassinos e boate, tudo para atender à sua crescente indústria turística, que se beneficiou bastante da proibição americana de álcool. Um exemplo é o Hotel Nacional, de cujo bar é possível apreciar uma privilegiada vista para o Malecón, enquanto se saboreia um delicioso daiquiri.

Caso você se interesse pelos drinks cubanos, como o daiquiri, o mojito e a piña colada, no Museo del Ron poderá aprender muito sobre o processo de produção do destilado que serve de base para a maioria deles. Mais informações você encontra aqui.

Havana Revolucionária.

Plaza de la Revolución.

O naufrágio de um encouraçado americano perto do porto de Havana, ocorrido no final do século XIX, após duas guerras de independência travadas contra a Espanha, dá aos Estados Unidos o pretexto que precisavam para invadir a ilha. Embora a ocupação tenha durado pouco tempo, em 20 de maio de 1902 o controle do governo passa a mãos cubanas, o poderio norte-americano na região torna-se constante e decisivo, pelo menos até 1959.

Segundo Fidel Castro e Che Guevara, era principalmente contra esse domínio, e algumas de suas consequências econômicas, que eles estavam lutando, e não pela instauração do comunismo. Independentemente, no entanto, das razões que levaram à revolução, o fato é que o acirrado clima da Guerra Fria acabou aproximando o governo revolucionário da União Soviética, criando uma situação de inimizade delicada entre Cuba e os Estados Unidos, especialmente devido a proximidade entre os dois países.

Desde então, Cuba abraçou vigorosamente o comunismo como ideologia de governo. Para o bem ou para o mal? A verdade é que não há uma resposta única nem simples para essa pergunta. Os avanços na educação e na saúde são inquestionáveis, conforme atestam as mais importantes organizações internacionais. No entanto, o país nunca conquistou a prometida independência econômica, e continua sendo pobre e agrícola.

Independentemente de suas convicções políticas, se você se interessa pela Revolução Cubana, vale a pena aprender um pouco sobre o ponto de vista oficial no Museo de la Revolución, instalado no antigo palácio residencial, onde você também terá a oportunidade de observar o iate que levou Castro e outros 81 revolucionários de Tuxpan, no México, até Playa Las Coloradas, em Cuba.

A Plaza de la Revolución é outra atração que vale a visita. Base administrativa do governo, é o local onde são realizados comícios políticos de larga escala. Foi nessa praça, por exemplo, que o Papa João Paulo II celebrou em 1998 uma missa para mais de 1 milhão de pessoas, um décimo da população cubana. A principal razão pela qual é visitada regularmente, no entanto, é a oportunidade de tirar uma foto com o imenso mural de Che Guevara que adorna o Ministério do Interior e o seu famoso lema revolucionário “hasta la victoria siempre”. Levantar o punho ou não, no entanto, fica a critério do viajante!

Um comentário a “Havana: 500 anos de história através de suas principais atrações turísticas”

  1. Aqui é a Amanda Dias, gostei muito do seu artigo tem
    muito conteúdo de valor, parabéns nota 10.

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Sou carioca, economista, auditor e, acima de tudo, um apaixonado por viagens. Amo viajar e também sonhar com as próximas viagens, criar roteiros, pesquisar novos destinos, ler muito e descobrir mais sobre cada canto do planeta. Já percorri mais de 350 cidades em 43 diferentes países. Porém, muito mais importante que o número de países que visitamos, são as experiências de vida que recolhemos ao longo da viagem. E foi por isso que resolvi criar esse espaço! Entre, fique à vontade, e deixe sua mensagem ou comentário!